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SEQUÊNCIA DIDÁTICA EM GENÉTICA MENDELIANA: BINGO GENÉTICO





GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO – PROPEG
MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE BIOLOGIA - PROFBIO
Fone: (084) 3315-2196   e-mail: profbiouern@gmail.com    


FRANCISCO ELIANDO SILVA OLIVEIRA


SEQUÊNCIA DIDÁTICA: GENÉTICA MENDELIANA
Tópico 10 : Informação Genética e sua codificação: Bases genéticas de diversidade – mutação, meiose e genética transmissional

Sequência Didática sobre Genética Mendeliana em aula de Biologia na 3ª Série do Ensino Médio, apresentado ao Mestrado Profissional em Ensino de Biologia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, para fins de avaliação.


MOSSORÓ
2019.1


SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Título: Genética
Conteúdo: Introdução à genética Mendeliana
 Objetivos :
Compreender e discutir os conceitos fundamentais em Genética e sua importância na diversidade das espécies;
Entender como ocorre a transmissão das características hereditárias ao longo das gerações, a partir da compreensão da 1º Lei de Mendel;
Resolver problemas envolvendo a transmissão de características hereditárias em organismo;
Justificativa
A Genética descreve o estudo da transmissão das características nas espécies e como ela ocorre ao longo das gerações. O entendimento dos conceitos fundamentais em Genética, a partir dos experimentos de Mendel é imprescindível para compreender como o efeito da variabilidade genética influencia na evolução e diversidade dos seres vivos.  O estudo da Genética, na maioria das vezes, fica limitada ao uso de livros, muitas vezes não abordando os aspectos históricos que levaram a construção daquele conhecimento, nem muito menos considerando que todo conhecimento científico é uma construção humana e produto da atividade humana.  Essa sequência didática procura fazer uma retrospectiva do surgimento da Genética, a partir da Lei da segregação do Gametas, como instrumento fundamental para reflexão e compreensão do avanço dessa ciência na contemporaneidade, suas implicações éticas e sua importância para a humanidade.
A sequência foi desenvolvida procurando enfatizar o processo da investigação e o contexto social no qual o conhecimento científico foi e é produzido, possibilitando aos estudantes a compreensão de que a ciência e a descoberta são produtos do trabalho humano e que todos têm direito à posse  destas descobertas e dos seus  avanços na aplicabilidade  e bem estar da humanidade.
O assunto é relevante face aos avanços da biotecnologia, engenharia genética, DNA recombinante, clonagem, transgênicos e tantas outras ramificações que as ideias do Monge angostiniano do século XIV pôde frutificar e compreender claramente esse assunto no Ensino Médio, um desafio nas aulas de biologias, é necessário para a posse do entendimento de todo esse processo que se vislumbra no século XXI.
Tempo de duração previsto:
5 horas-aulas
Estratégias Pedagógicas  e Sequenciamento de Aulas
Para Campos e Scarpa (2018), a Biologia pode ser uma das disciplinas escolares mais interessantes ou mais enfadonhas para os estudantes, dependendo do modo como ela está sendo abordada em sala de aula. Esta sequência didática procurou mostrar as potencialidades do ensino por investigação para o ensino da Genética, de forma a torná-lo mais significativo aos estudantes. Inúmeros estudos mostram que sequências didáticas baseadas no ensino por investigação podem ampliar os objetivos do ensino de Biologia na perspectiva da alfabetização científica, o que permite integrar os estudantes no centro do processo de ensino e aprendizagem. A sequência, trata-se de uma retrospectiva dos estudos do Mendel e construção de suas Leis que nortearam todo o desenvolvimento da ciência Genética e procurou desenvolver nos alunos a compreensão sobre conceitos e teorias, sobre o processo de produção de conhecimento e sobre as relações entre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente.
1º AULA
1º Observação das imagens:
Imagens disponíveis na Internet
2º Perguntas norteadoras da investigação:
Ø  Por que um filho ás vezes sai mais parecido com a mãe do que com o pai? Ou vice-versa?
Ø  Cada característica não deveria ser apenas uma mistura de cada genitor?

3º Revisar o processo de gametogênese e reprodução sexuada.
A espécie humana e muitos outros seres vivos realizam reprodução sexuada. Este tipo de reprodução permite a mistura de material genético entre dois indivíduos, aumentando a variabilidade genética de uma população. Isto faz com que cada um de nós seja único.
A vantagem ocorre pois a diversidade genética gerada por esse tipo de reprodução aumenta as chances de sobrevivência de uma espécie quando o ambiente apresenta “obstáculos”. Além disso, permite que herdemos diferentes características de nossos genitores.
Cromossomos – No nosso caso, recebemos 23 pedaços de DNA – os cromossomos – de cada genitor, resultando em 23 pares de cromossomos homólogos, que trazem genes para as mesmas características, porém, podendo trazer alelos diferentes para cada caráter.
4º Nesse momento introduzir o conceito da  genética como a área da biologia que estuda os DNA e de suas manifestações, atividades e reações desses influenciadas pelo ambiente. Também trata da transmissão de DNA para a descendência (ou prole) de um cruzamento. Devido aos diferentes tipos de interação que os genes podem gerar, teremos variados mecanismos de herança. Dessa maneira, ora os genes de um indivíduo irão agir em conjunto e produzir características “misturadas”, ora um dos genes do par irá inibir as características apresentadas pelo outro. Por isso, as características de um dos genitores podem prevalecer sobre a do outro, deixando-o mais parecido com um do que com o outro.
2º AULA
1º Profundar o conceito da genética a partir da exibição do vídeo : O Monge e a ervilha: A vida de Gregor Mendel. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=3jgI6f9ZSC4
2º Abordar o conceito da Teoria da Mistura para a realização do experimento a seguir:
- Dois recipiente com tinta: verde (uma mistura com bastante água) e amarelo (tinta pura bastante concentrada)
Procedimento:
·       Perguntar aos alunos, se misturando as tintas, qual o será o resultado. Que cor resultará da mistura?
·       Realizar a mistura, observar o resultado ( que deve prevalecer a cor amarela)  e perguntar aos alunos qual a relação com o resultado da experiência e o trabalho de Mendel com Ervilhas.
·        Realizar questionamentos: Porque na mistura das cores prevaleceu o amarelo? O produto contém tem tinta verde? Nesse experimento, especificamente, a cor amarela foi mais forte (dominou) a cor verde?
·       Socializar o experimentos ás conclusões de Mendel e a participação dos genes no transmissão das característica.

Dominância completa:
Neste tipo de herança genética, um dos possíveis alelos para determinada característica só produz seu efeito no organismo quando está homozigose (em dose dupla, tendo o indivíduo recebido um alelo de cada genitor). Este gene é chamado tradicionalmente de “recessivo” e representado por uma letra minúscula.
3º AULA
1º Após a exibição do vídeo, retomar o conteúdo do livro didático :Primeira lei de Mendel, e reproduzir os resultados usando o cruzamento das ervilhas em cartolina no quadro com a participação da turma. Antes da execução do cruzamento propor a pergunta:
   Mendel, para iniciar sua investigação, preparou linhagens puras,  ou seja, as plantas realizaram a autofecundação, originando indivíduos idênticos durante várias gerações.  Assim, ele obteve plantas que sempre originavam sementes amarelas (vagem A) e outras plantas que sempre originavam sementes verdes (vagem B).  Esta geração recebeu o nome de geração parental. Primeira pergunta: Qual é a importância de trabalhar com linhagens puras?
Ø  Realizado o primeiro cruzamento, expor que Mendel cruzou as plantas que produziam sementes amarelas (vagem A) com as plantas que produziam as sementes verdes (vagem B). Os descendentes desta geração foram nomeados geração F1, ou seja, a primeira geração de descendentes. Todos da F1 produziam sementes amarelas (vagem C). Com os resultados estão mostrados na cartolina, perguntar: Como você explica apenas o nascimento de plantas que produziam sementes amarelas?

Ø  Concluindo esta etapa, explicar que em seguida, Mendel cultivou as sementes amarelas desta geração, surgindo plantas adultas. Estas plantas originaram, por autopolinização, na geração F2, 75% das sementes amarelas e 25% das sementes verdes.


Converse com seus colegas e responda: Como vocês explicam o reaparecimento de plantas que produzem sementes verdes?
2º Fazer a leitura, em grupos, do capítulo e elencar os termos usados na genética para a construção de um glossário genético ( dividir a turma em 3 grupos e distribui o alfabeto entre os mesmos)
4º AULA
1º levar a turma ao laboratório de informática para a realização da pesquisa dos termos elencados.
2º Confeccionar o glossário e afixá-lo na sala de aula para consulta.



3º Socializar os significados com toda a turma.
5º AULA
1º Realizar a pescaria de genes com 6 características hereditárias  humanas  relacionadas ao monoibridismo. O objetivo é verificar a compreensão das ideias de Mendel através de cruzamento de 6 características em uma cartela. Os genes são sorteados numa pescaria e ganha o jogo quem preencher a cartela primeiro e de forma correta. Primeiramente as características escolhidas são expostas à turma com seus genótipos e fenótipos.





2º Segue o sorteio dos genes:




3ª Aplicar atividade proposta no livro didático ou preparada antecipadamente para verificação da aprendizagem.
Material didático
- Livro Didático;
- Vidraria;
- Tinta amarela e verde;
- Cartolinas diversas cores, incluindo verde e amarelo;
- Cola e tesoura;
- EVA;
- papel ofício;
- laboratório de Informática;
-Uma caixa de papelão (sapato);
- Papel crepom picado;
- Fita adesiva.
Avaliação do processo
O processo de avaliação é um elemento indispensável para nortear a aprendizagem dos alunos. Nesta sequência, buscou-se identificar e analisar diversos instrumentos de avaliação na disciplina da Biologia, bem como resoluções de atividades do livro didático, participação nas práticas, jogos, debates e intervenções pedagógicas satisfatórias realizada pelo professor.
 A diversificação de instrumentos na avaliação dos discentes, de forma mais abrangente, busca o desenvolvimento de habilidades e competências de forma quantitativa e qualitativa. A partir das perguntas investigativas realizadas, a avaliação toma uma função precípua de diagnóstico, num momento dialético de conhecimento do estágio em que se encontra a aprendizagem dos aluno em relação a novos conhecimentos relacionados à genética, ao desenvolvimento da autonomia e de suas competências (GRILLO E LIMA, 2010).
A avaliação se deu através das exposição, participação, desempenho nas práticas e resolução de atividades realizadas pelos alunos em sala de aula na construção do conhecimento. Essa avaliação das explicações dadas com base em evidências e observações, além de ser uma atividade central  na produção de conhecimento, expõe o raciocínio argumentativo dos alunos permitindo a formulação de afirmações  concretas sobre suas ideias e ações.

Referências
GRILLO, M. C.; LIMA, V. M. R. Por que falar ainda em avaliação? – Porto Alegre :
EDIPUCRS, 2010.
LOPES, Sônia; ROSSO, Sergio. BIO – volume 2. São Paulo: Saraiva, 2016
SCARPA, D. L.; CAMPOS, N. F. Potencialidades do ensino de Biologia por Investigação. Estud. av. São Paulo, v. 32, n. 94, p. 25-41, dezembro de 2018. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo. acesso em 25 de maio de 2019.
Anexos
Imagens disponíveis na internet, peixinhos com genótipos e modelos de cartelas.



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