Pular para o conteúdo principal

OS NÍVEIS DO PLANEJAMENTO



          As diretrizes da educação brasileira se fundamentam em diversas instâncias de planejamento e as maneiras como os diferentes grupos sociais se organizaram para definir as estratégias da melhoria da qualidade da educação, baseado em suas realidades e aspectos diversos, foi o norte para que o processo de ensino e o direito da educação fossem igualitários para todas as populações. Sendo o planejamento um ato antecedente à ação, no sentido de que os objetivos traçados sejam alcançados, pensar em fazer educação de qualidade exige um diálogo coerente e reflexivo nas diversas esferas da política do processo de ensino, envolvendo a participação conjunta de todos os atores que compõem a nação e isso engloba do porteiro da escola ou outro membro da  comunidade escolar, ao mais ilustre sociólogo ou cientista político no âmbito nacional. Na realidade, o modelo educacional que contemplamos hoje, é fruto de décadas de trabalho, discussões e planejamento, na busca da equidade e da garantia do direito a todos, a uma educação que prepare as crianças e jovens para a vida e o pleno exercício da cidadania.
          As competências relacionadas às esferas do governo na área da educação sempre estiveram presentes em debates relativos à estrutura e organização da educação brasileira e se fortaleceram mais ainda com a promulgação da Constituição Federal de 88 e sobretudo, na década de 90, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n° 9394/96, que em seu Art. 8, prevê que a União, Estados e Municípios, organizem em regime de colaboração, os respectivos níveis de ensino. Segundo a mesma Lei, cabe à União a coordenação da política nacional de educação, articulando os diferentes níveis e sistemas, exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias.
          Na esfera Federal, em se tratando de planejamento, a Constituição determina a incumbência desta esfera, na elaboração do Plano Nacional de Educação com o intuito de desenvolver sistematicamente, ações na área educacional. O Fundo Nacional de Desenvolvimento Escolar envia os recursos diretamente para as escolas, atendendo ás exigências da administração democratizada e a participação da comunidade escolar. Desde a criação do Ministério da Educação, em 1930, esse processo de gestão efetivamente participativa só foi possível a partir da Constituição Federal de 88, ficando antes disso, o planejamento educacional, voltado exclusivamente para o desenvolvimento capitalista com forte influência do estado na atuação da escola que se voltada para às necessidades sócio-econômicas do país.
          No contexto da unidade escolar, o planejamento educacional se fundamenta no Projeto Político Pedagógico da mesma, envolvendo tanto sua dimensão pedagógica, quanto à administrativa e a participativa, uma vez que o Projeto Pedagógico constitui o plano integral da unidade de ensino visando a racionalização, organização e coordenação das ações e atividades escolares.
          A ordem contextual da elaboração e execução do Projeto Político Pedagógico nos remete ao regime burocrático adotado em épocas precedentes à LDB e ao advento do modelo de gestão escolar democrática. No entanto, o planejamento escolar deve ser muito mais que um instrumento burocrático, uma vez que se trata de um processo ininterrupto, processual e organizador do cotidiano escolar.
          No âmbito do ensino, o planejamento visa identificar e analisar as dificuldades enfrentadas pela comunidade organizando os conteúdos e currículos necessários à mudanças  e efetivação dos objetivos traçados. A concretização do plano de ensino se dá na sala de aula e mais especificamente na relação professor x aluno. É importante que esse planejamento esteja diretamente vinculado à realidade histórico-cultural onde a escola está inserida. O planejamento do ensino não é um documento pronto nem acabado, bem como não pode ser um modelo para este ou aquele aluno. Na realidade ele é estruturado durante todo o processo e sofre mudanças de acordo com as exigências do ambiente escolar e das necessidades da comunidade e dos alunos diretamente na sala de aula. Esse é um princípio importante a ser observado, por exemplo, ao se definir os livros didáticos adotados pela escola. As diretrizes são as mesmas para todas as regiões do país, no entanto, não se pode admitir homogeneidade nos conteúdos contemplados nas regiões Sudeste e Nordeste, visto que as realidades são bem diferentes e que a Lei permite, dentro do conceito de gestão democrática, que as instituições organizem seus próprios sistemas de ensino.
          Nesse contexto, o planejamento possui papel integrador entre a escola e a realidade que esta contempla. Para isso os objetivos são definidos, os conteúdos selecionados, a metodologia traçada e os critérios de avaliação estabelecidos. Esses critérios devem permear todo o planejamento permitindo maior possibilidade de sucesso no processo de ensino. Ao completar 10 anos de existência, o Plano Nacional de Educação ainda tem muito a fazer para alcançar os objetivos propostos na sua elaboração. No entanto, as mudanças no cenário da educação já são visíveis e foram ainda mais fortalecidas como o Plano de Desenvolvimento da Educação que objetiva a melhoria dos sistemas de ensino nos próximos 15 anos. Esses planos retratam as exigências e necessidades das mudanças na educação do país e são frutos da mobilização e organização de diferentes grupos sociais que formam a nossa sociedade e que através das Conferências de Educação expressam suas opiniões, discutem seus objetivos e planeja os rumos que a escola deve tomar para uma educação de qualidade, acessível a todos os cidadãos.
           




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

AULA PRÁTICA DE CIÊNCIAS : CONSTRUINDO UMA MAQUETE DO CORAÇÃO

MAQUETE SISTEMA CIRCULATÓRIO - CORAÇÃO Olá pessoal! Muita gente me pedindo o passo a passo desta aula prática de Ciências para a confecção de maquete do Coração Humano. Pois bem, aqui  estão as fotos e lista   de material. O trabalho pode ser realizado em grupo, no tempo de 02 aulas, após aula expositiva do Conteúdo da Coleção Radix 8º ano. Material: 04 caixas de fósforo vazias; 06 canudinhos de refresco ou feitos de jornal (mais prático); Cola quente; Tinta guache vermelho e azul; Pincel; Tesoura; Desenho do tórax humano; Lápis para colorir; Base de papelão ( usamos também uma capa velha de caderno). Procedimentos; - Pinte as caixas de fósforo nas cores azul e vermelho para formar os átrios e ventrículos cardíacos; -Pinte o desenhos do tórax  destacando os pulmões de róseo e o coração de vermelho; - Cole os átrios e ventrículos nos seus devidos lugares.  - Faça dois orifícios na caixa que representa o Átrio Direito para pos

SEQUÊNCIA DIDÁTICA: MODELOS TRIDIMENSIONAIS DO SISTEMA REPRODUTOR HUMANO

GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE  -  UERN PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO – PROPEG MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE BIOLOGIA - PROFBIO Fone: (084) 3315-2196   e-mail:  profbiouern@gmail.com     SEQUÊNCIA DIDÁTICA: SISTEMA REPRODUTOR HUMANO Tópico 7: Bases Morfofisiológicas da Reprodução Humana Sequência Didática sobre Aula Prática do Sistema Reprodutor Humano com confecção de maquete em aula de Biologia na 3ª Série do Ensino Médio, apresentado ao Mestrado Profissional em Ensino de Biologia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, para fins de avaliação. MOSSORÓ 2018 SEQUÊNCIA DIDÁTICA Título: Reprodução Humana Conteúdo: Sistemas Genitais Masculino e Feminino   Objetivos : Confeccionar modelos didáticos tridimensionais dos Sistemas Genitais Humanos a partir de figuras bidimensionais; comparando essas estruturas anatômicas quanto à forma e função; Aprofundar

PRÁTICA CIÊNCIAS: MAQUETE SISTEMA URINÁRIO

Olá pessoal! Essa prática de Ciências é simples e didática sendo bem recomendada para as turmas do Ensino Fundamental. Muitos alunos, por que não dizer a maioria, chegam no Ensino Médio sem o conhecimento da anatomia básica deste Sistema. O conteúdo didático é da Editora Scipione - Projeto Radix 8º Ano. Com essa prática os alunos compreenderão a anatomia e fisiologia básica desses órgãos e é claro, que o professor deverá aprofundar o assunto. Material: Pedaços de isopor- para a confecção dos rins e bexiga urinária; Tinta para pintar os órgãos citados; Papel nas cores azul, vermelho e laranja - para fazer canudinhos que representarão os vasos sanguíneos, ureteres e uretra; colas quente e de isopor; Estilete e tesoura; Folha de papel A4- para desenhar o molde do tronco corporal onde se localiza o sistema. Após aula expositiva em sala  com explicação geral de todo o Sistema, exibi a maquete e pedi que os alunos confeccionassem as suas em casa e em dupla, e qu